Vivência agroecológica - Produção de café

    Ocorreu durante o feriado de páscoa no município de Ibaiti, localizado no norte pioneiro do Paraná, a primeira Vivência Agroecológica de 2017 da Estação Borá de Agroecologia. O encontro propunha como finalidade aos seus participantes, interagir nas tarefas e planejamentos do dia-a-dia da família, que vive e cultiva a terra de uma forma mais ética e mais justa, dos pontos de vista social, cultural, ambiental, político e econômico.

Grãos de café na agrofloresta
Foto: Jopa

     Seguidores da agricultura sintrópica, que busca imitar a forma como as plantas interagem e se relacionam na natureza, a família Rocha abriu as porteiras do seu sítio para receber pessoas de diversos estados, interessadas em aprender na prática como é a proposta do planejamento agroecológico, que envolve além da agricultura, o manejo de animais, construções ecológicas entre outras práticas, muito semelhantes às formas como a permacultura planeja e trabalha a interação das pessoas com a vida e o meio no qual se encontram.

Reunião antes do manejo
Foto: Jopa

     Os visitantes puderam conhecer e entender como o Fábio e a Laís, produtores de café da mais alta qualidade, interagem com seu cafezal, trazendo para o dia-a-dia conhecimentos adquiridos e propagados pelo agricultor sintrópico Ernst Goetsch. Foi através da consultoria dos engenheiros florestais Pedro Cordeiro e João Minuzzo, seguidores dos ensinamentos do Ernst, que a família começou a imitar em suas lavouras de café, o que a natureza faz na floresta. Começaram elencando quais seriam as plantas de interesse, tais como café, banana, pupunha, mogno africano, macadâmia, erva mate, entre outras espécies e depois planejaram em quais locais da área de cultivo seriam colocadas estas plantas.

Visitantes aprendem como é a agrofloresta
Foto: Jopa

     Adepta tanto do sistema manual como do sistema mecanizado, a agrofloresta da Estação Borá foi reproduzida em linhas que permitem a circulação de tratores em suas entrelinhas, nas quais são produzidas a biomassa que é utilizada no sistema. Nas linhas foram colocadas as plantas de interesse, que se misturam com culturas anuais como milho, feijão, mandioca, inhame, cúrcuma, araruta, etc. Essa mistura traz uma alelopatia de maior qualidade para as plantas, fazendo com que as mesmas se desenvolvam de maneira mais vigorosa e menos suscetível ao ataque de pragas.

Palha sendo levada para as linhas
Foto: Jopa

     Durante a vivência os participantes puderam entender como funciona o manejo do cafezal e sua relação com as demais culturas do SAF, participando diretamente da colheita dos grãos, entendendo assim uma das primeiras etapas da cultura milenar do café.

Colheita do café
Foto: Jopa

Grãos maduros selecionados
Foto: Jopa

     Após a colheita o anfitrião explicou como é feito o processo de limpeza, secagem, seleção, armazenamento e despolpa dos grãos.

Grãos secos e despolpados
Foto: Jopa

     Posteriormente os visitantes presenciaram um momento mágico e talvez o mais significativo, que é a torra dos grãos, ocasião na qual o aroma característico é desprendido e permeia todo o ambiente. A torra dos grãos possui diversos detalhes para que o café não passe do ponto ideal e perca suas melhores características organolépticas, tais como cor, brilho, aroma, textura e sabor.

Fábio torrando café
Foto: Jopa

Torrador de café
Foto: Jopa

Retirada do café do torrador
 Foto: Jopa

Resfriamento do café
Foto: Jopa

Resfriamento do café
Foto: Jopa

Café pronto para moagem
Foto: Jopa